sábado, 23 de maio de 2015

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Respiração celular – ubiquinona



A ubiquinona, também chamada de coenzima Q, coenzima Q10, ubidecarenona, Q ou Q10 é uma 1,4-benzoquinona hidrofóbica que pertence à classe dos compostos isoprenoides (o número 10 em Q10 representa o número de unidades de isopreno existentes na sua cauda). Foi inicialmente descoberta em 1957, e um ano mais tarde a sua estrutura química foi descrita.
Tem propriedades antioxidantes, ou seja, tem a capacidade de atuar em reações de oxidação-redução. Na realidade, a sua forma oxidada pode aceitar 2 eletrões, passando à forma reduzida, designada de ubiquinol (representada por vezes como QH2). Também pode existir num estado intermédio (ubisemiquinona).
Esta capacidade redox torna-a útil na eliminação de radicais livres, bem como em processos de transferência de eletrões. E é exatamente essa a sua principal função no nosso organismo: é um dos componentes da cadeia respiratória mitocondrial. Apesar de não pertencer a nenhum complexo da cadeia, desempenha um papel fundamental no processo, pois aceita os eletrões provenientes do complexo I ou do complexo II e entrega-os ao complexo III. Para exercer esta função, a ubiquinona tira partido da sua elevada difusibilidade membranar, que lhe permite difundir-se facilmente através da membrana interna mitocondrial, e que é uma consequência do seu pequeno tamanho e caráter hidrofóbico. 
A ubiquinona está presente na maioria das células eucariotas, mais concretamente na membrana interna mitocondrial. No entanto, encontra-se também presente em menores quantidades na membrana de vários outros organelos, tais como os peroxissomas, retículo endoplasmático ou lisossomas.
A síntese da ubiquinona partilha alguns passos com a síntese do colesterol, nomeadamente até à produção de mevalonato. Trata-se de um processo complexo, que utiliza pelo menos 12 enzimas, e que ocorre na mitocôndria, retículo endoplasmático e peroxissomas. A síntese de ubiquinona envolve a enzima HMG-CoA redutase, que é o principal alvo farmacológico das estatinas (fármacos utilizados em contextos de excesso de colesterol no organismo, pois inibem a síntese do mesmo). Consequentemente, um dos efeitos secundários da utilização de estatinas é a diminuição da produção de ubiquinona.