quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Amido

O amido, também conhecido como amilo, é um glícido constituído por um único tipo de monossacarídeo, a glucose, sendo um homopolissacarídeo. Para se formar este polímero natural é necessário que a glucose se ligue entre si por ligações glicosídicas. É considerado   um polissacarídeo pouco solúvel e de elevado peso molecular, que não só serve como reservatório energético das plantas como também é o mais comum carbohidrato na alimentação humana, sendo encontrado em grandes quantidades em alimentos como a batata e o arroz. A nível da sua composição e estrutura, o amido é formado por várias sequências de apenas dois poliósidos: a α-amilose e a amilopectina, que são polímeros de glicose formados através de um processo de síntese por desidratação. 
A α-amilose é uma molécula linear formada por resíduos de glucose, que dão origem a um polímero de 250 a 300 resíduos de D-glicopiranose, ligadas por pontes glicosídicas α-1,4, que conferem à molécula uma estrutura helicoidal. No entanto, a amilopectina é uma macromolécula, menos hidrossolúvel que a α-amilose, constituída por cerca de 1400 resíduos de α-glicose ligadas por pontes glicosídicas α-1,4, ocorrendo também ligações α-1,6, responsáveis pela sua ramificação, em intervalos mais ou menos regulares (24 a 30 resíduos). A amilopectina constitui, aproximadamente, 80% dos polissacarídeos do grão de amido. A síntese de amido é realizada nos cloroplastos, auxiliada pelas enzimas amido sintetase, destacando-se a ADP-G, que tem como função a polimerização da glicose, ou seja, catalisa a incorporação da mesma no polímero. A digestão do amido, que acontece tanto no ser humano como nas plantas, tem como objetivo simplificar a estrutura do mesmo para este ser absorvido e alimentar as células. Ocorre através de reações de hidrólise em carbohidratos menores. Essa hidrólise é efetuada pelas enzimas amilases que existem na saliva e suco pancreático do Homem. Dentro destas enzimas, destacam-se a α-amilase, que rompe as ligações glicosídicas α-1,4 da amilose, ação da qual resultam a glucose e maltose, e a β-amilase, que rompe as ligações α-1,4 dos polissacarídeos promovidas pela hidrólise da amilopectina, de onde resulta apenas maltose. O amido pode ser identificado através de vários processos, de entre os quais se destaca a identificação pelo lugol (solução de iodo), empregue, por exemplo, para detetar a atividade extracelular de amilases. O amilo apresenta várias aplicações comerciais. Na indústria alimentar, devido ao seu baixo custo, é utilizado para alterar ou controlar diversas características alimentares, como por exemplo, a textura, podendo ainda ser usado para auxiliar no processamento de embalagens. Para além disso, este pode ser usado no tratamento da varicela, no fabrico de xaropes e de álcool etílico, sendo também um dos compostos mais importantes para a produção do bioplástico.
Texto escrito por:
Andreia Luís
Antónia Franco
Joana Silva
Laura Ferreira
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domingo, 5 de novembro de 2017

Hidratos de carbono - oligossacarídeos

Os oligossacarídeos são hidratos de carbono formados por mais do que 1 resíduo de monossacarídeo. 
O prefixo “oligo significa alguns, por isso o correto é dizer que são hidratos de carbono formados por alguns resíduos de monossacarídeos. Como o conceito de “alguns” é muito subjetivo, normalmente estabelece-se que um oligossacarídeo contém um número de resíduos de monossacarídeo compreendido entre 2 e 10. 

Ou seja, os dissacarídeos são uma subclasse de oligossacarídeos.
Num oligossacarídeo todos os resíduos de monossacarídeos encontram-se ligados uns aos outros através de ligações glicosídicas. Como é óbvio, o número de carbonos anoméricos é igual ao número de resíduos de monossacarídeos que compõem o oligossacarídeo. Sendo assim, como é que se determina se um oligossacarídeo apresenta propriedades redutoras? (se quiseres podes ler mais sobre açúcares redutores aqui) Se n for o número de resíduos de monossacarídeo que compõem o oligossacarídeo, significa que essa molécula vai conter n-1 ligações glicosídicas, ou seja, pelo menos n-1 carbonos anoméricos envolvidos em ligações e, portanto, n-1 carbonos anoméricos não redutores. Sendo assim, o truque é procurar se nalgumas das extremidades do oligossacarídeo existe 1 carbono anomérico livre (não envolvido em ligações glicosídicas). Se isso acontecer, significa que o oligossacarídeo é redutor.
Os oligossacarídeos podem ser formados apenas por resíduos de monossacarídeos simples, ou seja, não modificados quimicamente, ou então podem ser formados por derivados de monossacarídeos. Em qualquer um dos casos, uma vez que são moléculas ainda relativamente pequenas e cheias de grupos funcionais polares, os oligossacarídeos tendem a ser muito solúveis em água. Os mais conhecidos são os dissacarídeos sacarose e lactose, bem como as maltodextrinas.
A maior parte dos oligossacarídeos têm um sabor doce, apesar de que, à medida que o número de resíduos de monossacarídeos aumenta, a tendência seja para perder esse sabor doce. De igual forma, à medida que a complexidade do oligossacarídeo aumenta, mais lenta é a sua digestão e, consequentemente, mais lento é o aparecimento dos correspondentes monossacarídeos na corrente sanguínea.